Espaço no qual serão oferecidos serviços, programas e orientações, em diversas áreas, como empreendedorismo, educação, saúde, cultura e economia criativa, justiça e cidadania, esporte e lazer. Tudo isso baseado em políticas públicas voltadas para a igualdade racial, em prol da população negra. Esse é o objetivo da Casa SP Afro Brasil, que está sendo erguida na Zona Norte, em Rio Preto, e tem previsão de entrega para junho.
“A Casa Afro é uma porta sendo aberta para que a gente tenha mais oportunidades, mais projetos voltados à questão da igualdade racial. Rio Preto tem avançado nos últimos tempos na questão do combate ao racismo. Termos uma casa que tem na sua razão de existência a determinação de propagar a igualdade racial, com certeza, é um marco. No Brasil, temos poucos centros que tratam da questão. Espero que consigamos influenciar e incentivar cidades vizinhas a seguir no mesmo caminho”, diz o presidente do Conselho Municipal Afro (CMA), Darok Viana.
O projeto da casa contempla salas multiuso, área de eventos, espaço verde, bicicletário, entre outros ambientes, em área total de 1,2 mil metros quadrados. O valor da obra, a cargo da RAC Construtora Ltda, ultrapassa R$ 860 mil. A contrapartida da Prefeitura é a doação do terreno e o custeio do centro após a entrega. A Casa SP Afro Brasil de Rio Preto fica na Avenida José Rodrigues Lisboa, no cruzamento com a Rua Oscar Corrêa de Godói, nas proximidades do Hospital Municipal Dr. Domingo Marcolino Braile.
O coordenador do Departamento de Promoção da Igualdade Racial (Depir), Rodrigo Demecio da Silva, comenta a importância da Casa SP Afro Brasil enquanto centro de apoio, proteção, preparo e difusão de políticas públicas voltadas à comunidade negra. “O projeto vem ao encontro das necessidades e das demandas que temos hoje. Infelizmente, temos casos de racismo, injúria, discriminação e intolerância religiosa. Então, a casa vem colaborar para o enfrentamento dessas questões.” O departamento integra a Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial.
Após a entrega, tanto o Depir quanto a Galeria Aristides do Santos serão transferidos para a Casa SP Afro Brasil.
Homenagens
No fim de março, o artista plástico Daniel Firmino e o empresário Osvaldo Luís do Nascimento tiveram seus retratos inseridos na Galeria Aristides dos Santos em reconhecimento à trajetória de enfrentamento ao racismo em São José do Rio Preto. Desde a criação do tributo, em 2014, 20 pessoas já foram homenageadas a integrar o espaço.
“A Galeria Aristides dos Santos é um farol, um referencial para que a população de São José do Rio Preto possa entender mais profundamente seu passado e projetar seu futuro em um ambiente no qual as desigualdades possam ser humanitariamente equacionadas”, afirma Nascimento, que se sentiu muito honrado e vê a deferência como um estímulo para continuar a entender a estrutura do racismo e a criar planos de ação para seu combate. O empresário ocupa atualmente a vice-presidência da Associação Comercial e Empresarial de São José do Rio Preto (Acirp).
Daniel Firmino comenta que, além de sentir-se honrado e prestigiado, teve um sentimento de aumento da responsabilidade. “A Galeria é uma trincheira de reflexão e aprendizado para todos que almejam uma sociedade mais justa. Estamos caminhando na luta. O racismo no Brasil é estrutural e os desafios merecem muita atenção e vigilância”, diz o artista, que se destaca entre os nomes da arte naïf no Brasil