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Música, dança, indumentária, símbolos, ritos, saberes e sabores estiveram presentes no encontro que celebra o Novembro Negro
A segunda edição do FestAxé, encontro das Casas de Matriz Afro-brasileira de São José do Rio Preto, terminou na noite de domingo, 26/11 com o presente às águas da Represa e uma grande roda de samba. Durante três dias, uma série de atrações foram realizadas na Casa de Cultura Dinorath do Valle e o Anfiteatro Nelson Castro (Represa Municipal).
O evento foi uma realização da Prefeitura de Rio Preto, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, com apoio institucional do Conselho Municipal de Políticas Culturais e teve o apoio cultural da Amigos da Arte, Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa, Governo de São Paulo.
Confira o álbum de fotos do FestAxé 2023
O objetivo foi informar e quebrar estereótipos sobre a cultura dos povos e comunidades tradicionais de matrizes africanas em Rio Preto, além de mostrar a tradição como aspecto vivo da cultura desses povos que, por meio de vivências, práticas e construções simbólicas, apontam para o futuro da existência, ao mesmo tempo em que, remetem à ancestralidade de conhecimentos e preservação de identidades.
Para o sacerdote de candomblé angola da Nzó Nkisi Nkosi Kambilesy e presidente da FederAfro, Táta Kwa Nkisi Kialesy de Nkosi (Táta Dioze), o Festaxé é, para o povo de terreiro, um evento extremamente importante, onde sua comunidade e as demais casas participantes têm a oportunidade de mostrar um pouco para população em geral a cultura ancestral e todo conhecimento milenar dos seus antepassados. “Conhecimentos estes que são passados dos mais velhos para os mais novos, e que por muitos e muitos anos acontecia apenas pela oralidade. Com isso conseguimos desmistificar e lutar contra o preconceito estrutural que assola o povo de terreiro. É importante lembrar que não tratamos da crença religiosa no FestAxé. Levamos para o evento cultura, saberes e sabores ancestrais, mostrando que os terreiros de matriz africana são um pedacinho da África dentro do Brasil, pois nos terreiros mantemos viva toda tradição dos nossos ancestrais”, explicou e celebrou Táta Dioze.
Participaram do FestAxé 2023 as seguintes instituições: Associação Espírita Senhora dos Ventos, Axé Santa Edwirges, Casa de Axé Cabocla Jussara e Pai Preto de Angola, Casa de Caridade Vó Ana, Ilê Ase Abí Ajagunã, Ilê Asé Ifakonile, Ilê Axé Ewe Tubi- Terreiro Folha Seca, Nzó Nki si NkosiKambilesy, Templo de Umbanda Pai Ogum Xoroquê e Cigano Martinez, Tenda de Umbanda Cabocla Jupiara e Asé Cavalari, Tenda de Umbanda Caboclo Pedra Grande, Tenda de Umbanda Ogum Rompe Mato e Seu Marabô, Terreiro de Umbanda de Angola Pai Antônio e Cacique Pena Branca, Terreiro de Umbanda Pai Joaquim de Angola, Unzo Gunzo Cafundeomi Amazi Nzambi, Ylé Asè Alaketü Yia Odè Odò Ty Inã.
A programação teve na sexta-feira, 24/11, na Casa de Cultura Dinorath do Valle, a “Oficina disruptiva: Estratégias de desdemonização do povo do axé”, do Prof.º Carlos de Souza Teixeira. No sábado, 25/11, foi a vez da apresentação audiovisual “Dança dos orixás – o sagrado que nos move”, de Tauane Alamino; a oficina “Dança dos orixás”, com o Grupo Cambona, de São Paulo/SP, e das e a oficina “Ritmos do Candomblé Ketu”, com Iuri Passos, do Terreiro do Gantois, de Salvador/BA.
No domingo, 26/11, no Anfiteatro Nelson Castro, às margens da Represa, aconteceu o grande Encontro das Casas de Matrizes Africanas de São José do Rio Preto que reuniu centenas de pessoas. Das 28 casas, 12 participaram com tendas.
Houve abertura com o Secretário Municipal de Cultura, Pedro Ganga; com o idealizador e coordenador do FestAxé, Jorge Vermelho; além da presença de representantes das Casas de Matrizes Africanas, Conselho Afro, Conselho Municipal de Políticas Culturais; ritual de abertura com pedido de licença, hino da Umbanda e hino do Candomblé; apresentações do DNA Calundu – Coreografia de Jonathan Lupe, show Yabás – Divindades do Candomblé com Jaqueline Cardoso e Beta Cunha, Roda de Capoeira Angola ARCCA, show com Banda Aláfia, presente às águas e samba de roda: Samba e Ancestralidade com Elis Bohrer e convidados.
Josy de Sá/SMCS – REDAÇÃO ENTRECIDADES